Pesquisar
Close this search box.

‘Correndo contra o Câncer’ busca qualidade de vida

  1. Home
  2. /
  3. Notícias
  4. /
  5. Saúde
  6. /
  7. ‘Correndo contra o Câncer’...

O projeto de pesquisa e extensão de alunos da UEL tem como foco analisar se o exercício pode melhorar as condições ou minimizar os efeitos adversos da doença e do tratamento oncológico

Professores e estudantes da Universidade Estadual de Londrina

Criado no 2º semestre de 2022 por alunos e pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o projeto de pesquisa e extensão ‘Correndo Contra o Câncer’ busca promover a prática de atividades físicas entre pessoas com câncer e sobreviventes. Por meio da corrida de rua, a iniciativa investiga se o exercício pode melhorar as condições ou minimizar os efeitos adversos da doença e do tratamento oncológico.


A participação é gratuita, voltada para maiores de 18 anos e as pessoas interessadas podem se inscrever no site do projeto. Para participar, não é preciso ter experiência com corrida. De acordo com o coordenador do estudo, Rafael Deminice, do Departamento de Educação Física da UEL, que trabalha com câncer há mais de 10 anos, a ideia surgiu para entender de fato como é que o exercício melhora aspectos relacionados à doença. “A área de oncologia não era tão evoluída há 10 anos, mas começaram a surgir trabalhos científicos e evidências mostrando que o exercício é seguro e que traz diversos benefícios físicos e psicológicos para pessoas com câncer”, explicou o coordenador.


Após viver e trabalhar um ano fora do Brasil, Rafael retornou com a ideia de implementar todo o conhecimento que adquiriu e criou o projeto de extensão, também com a intenção de aproximar mais a universidade da população. “Temos três pilares: o 1º é de gerar mais movimento e atender a população, hoje temos quase 50 pessoas ativas no projeto, que vão até ao centro de educação física da UEL para fazer exercício físico duas vezes por semana. O segundo é divulgar informação para que as pessoas possam entender sobre exercício físico e câncer. Hoje criamos um site e uma rede social para transmitir essas informações e também promovemos palestras, aulas e outras campanhas”, revelou o profissional.


Já o 3º pilar do projeto é a formação. “Acreditamos que ainda hoje essa é uma área muito carente com poucos profissionais habilitados. Então, criamos um programa que, além de receber as pessoas, também serve de campo de estágio para que alunos de graduação e Educação Física e outros profissionais possam de fato e aprender a trabalhar com essa população”, informou Rafael.


O estudante Diogo Alexandre Estigarribia Prianti (19), do 2º ano do período matutino de Educação Física, é um dos estagiários do projeto. “Eu conheci o projeto através do site da UEL. Olhava os projetos que estavam acontecendo na universidade, quando me deparei com este e me encantei muito pela proposta, daí então entrei em contato com o professor Rafael Deminice e consegui entrar”, comentou.


De acordo com Diogo, hoje sua responsabilidade dentro do projeto é a de, principalmente, auxiliar o professor Vandré Sosciarelli nas aulas da turma de terça e quinta, e cuidar de todo o processo por trás das aulas com os participantes do projeto. “Fazemos reuniões para trazer coisas novas e legais para nossos alunos, discutir casos específicos e deixar tudo bem organizado para o bom funcionamento das aulas”, compartilhou o estagiário.


Para o Diogo, fazer parte desse projeto é incrível, além do seu desenvolvimento como profissional, esse contato com aulas de corrida e com o público é fantástico. “Cada aula é uma lição de vida diferente que levo para casa, às vezes não é nem com palavras, mas só a atitude, a disposição, a felicidade, e a vontade de estarem ativos mesmo após tudo que passaram é realmente fantástico. Estou muito feliz em poder fazer parte deste projeto”, afirmou.

Depoimentos
A corrida de rua é a atividade física mais praticada no mundo todo por ser inclusiva, fácil e relativamente barata. A modalidade, assim como outros exercícios, também ajuda a amenizar diversas complicações associadas ao câncer e ao seu tratamento, como fadiga, dor, distúrbios do sono, perda de força, linfedemas, entre outras. Nestes casos, contudo, é importante que a atividade seja supervisionada, garantindo maior segurança e a saúde de quem a executa, bem como cuidados específicos para cada pessoa.


Para a participante do projeto Nazária Bertola Duarte (53), moradora do bairro San Fernando de Londrina, a iniciativa transformou seus hábitos e a vida dela. “Quando comecei a participar do projeto tinha acabado de fazer minha cirurgia e ainda estava muito abatida física e psicologicamente pelas quimioterapias. Eu ainda estava muito perdida no meu novo mundo e sem saber bem onde era o meu lugar. As minhas antigas formas de me divertir e passar o tempo de forma prazerosa não me pertenciam mais. Em virtude do álcool e açúcar não serem indicados para quem teve câncer de mama, os bares com amigos e os cafés com tortas doces não eram boas opções”, confessou.


No início, Nazária começou a participar pensando unicamente no ganho de condicionamento físico. “Mas o que eu acabei ganhando foi muito mais do que isso. As pessoas que compõem o grupo passaram pelas mesmas coisas que eu, e me unir a elas praticando atividade física proporciona uma injeção de ânimo e felicidade, me sinto abraçada, acolhida. Sempre saio de lá feliz! A cada minuto a mais que eu consigo trotar ou correr é uma vitória que me faz sorrir pelo dia todo, chega a ser engraçado”, revelou a participante.


Josiane Rodrigues (45), sócia-proprietária do JR, também está no projeto. Ela terminou seu tratamento contar o câncer no ano passado e, desde então, sua preocupação com a qualidade de vida aumentou ainda mais. Por isso, para ela é de extrema importância estar envolvida com uma atividade que traz tantos benefícios.


“Participar desse projeto me trouxe não só a oportunidade de praticar mais uma atividade física e, uma atividade física que comprovadamente traz inúmeros benefícios para quem passou ou está passando pelo tratamento do câncer, mas também de estar próxima e convivendo com mulheres que passaram pela mesma experiência. Além de nos exercitarmos, também estamos trocando experiências, dores, alegrias e sentimentos. Tem sido um grande prazer conhecer e participar dessa iniciativa”, contou Josi.


Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o site www.correndocontraocancer.org. Também é possível acompanhar mais informações por meio do Instagram (@correndocontraocancerbr).

Compartilhe:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

VEJA TAMBÉM:

Saúde

Cambé contra o ‘Aedes’

Prefeitura terá mais seis mutirões de limpeza contra a Dengue este ano A chegada do verão, a temporada de chuvas e as temperaturas elevadas acenderam