Até a sexta-feira, 03 de dezembro, mais de oito mil moradores de Cambé não haviam voltado para tomar a segunda dose da vacina anti-Covid
De acordo com a Secretaria de Saúde de Cambé, mais de oito mil pessoas não voltaram para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Esses números se referem até a o início de dezembro, mais precisamente a sexta-feira (03). Mais de 76 mil pessoas acima de 18 anos tomaram a primeira dose, mas pouco mais de 67.800 retornaram para a dose complementar, resultando em uma taxa de abstenção de quase 10% nesta população.
Segundo Wilson Liuti, epidemiologista da Secretaria de Saúde, para incentivar as pessoas a colocarem a 2ª dose da vacina em dia, estão sendo feitas campanhas de repescagem. Na segunda (06), foi para quem tomou a 1ª dose da Pfizer até o dia 13 de outubro; já nesta sexta (10), a repescagem é para quem tomou a 1ª dose da AstraZeneca até o dia 15 de outubro. A vacinação acontece das 9h às 12h no formato drive thru na Rodoviária (Avenida Brasil, 1336 – Vila Salomé). É necessário comparecer com um documento com foto, CPF ou cartão do SUS, comprovante de residência e a carteira de vacinação com a anotação da primeira dose.
Segundo o especialista, todos os estudos preliminares indicaram a necessidade das duas doses para garantir a proteção contra o vírus. “Agora, a grande maioria das mortes é de pessoas que não tomaram a vacina ou que estão com o esquema vacinal incompleto. Apenas uma dose da vacina não garante a eficácia”, explica.
Para o especialista, a melhora no cenário pandêmico tem colaborado com essa crescente abstenção. “Como a transmissão do vírus e a chance de contágio têm diminuído, as pessoas vão perdendo o medo”, ressalta. “Esse alto número de pessoas com o esquema vacinal incompleto pode fazer com que a cidade volte a apresentar muitos casos e mortes como nos meses mais críticos da pandemia na cidade”, alerta.
Segundo os dados da Secretaria de Saúde, os grupos com mais taxa de abstenção de segunda dose são: população geral (6.880); profissionais da Saúde (340); professores e profissionais da Educação e Assistência Social (291); e portadores de comorbidades (160). “A maior taxa de abstenção é entre a população mais jovem, que é a que está tomando a segunda dose agora”, explica. Liuti esclarece que os idosos sempre foram os mais afetados pelo vírus e por isso a grande maioria completou o esquema vacinal e agora está recebendo a dose de reforço. “Mas com os mais jovens vêm sendo diferente, eles perderam um pouco do medo e têm deixado de lado a segunda dose, seja porque não têm muito tempo ou porque não acham necessário”, frisa.