Exercício ajuda a reduzir ondas de calor e irritabilidade, melhora o sono, preserva a saúde óssea, protege o coração, controla o peso e aumenta a qualidade de vida durante o climatério

a nova matéria da série do JR sobre menopausa, o professor Crivaldo Gomes Cardoso Junior, do Departamento de Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte (CEFE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), explica que a prática regular de exercícios pode transformar a forma como a mulher vive a transição para o climatério e pós-menopausa.
Tutor da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher, o docente atua em um programa que abrange quatro áreas, Educação Física, Nutrição, Farmácia e Psicologia, e acompanha mulheres em todas as fases da vida, desde o pré-natal até a senescência, incluindo os desafios físicos, emocionais e sociais que surgem ao longo dessa trajetória.
De acordo com o professor, a menopausa é um período natural e biológico, mas marcado por alterações profundas no corpo. Ele afirma que muitas mudanças começam antes mesmo da última menstruação, mas se intensificam após ela. Embora não seja uma doença, Crivaldo explica que essa fase “se assemelha a uma síndrome”, porque envolve uma constelação de sintomas que aparecem de forma intensa em um curto intervalo de tempo.
Entre os sinais mais comuns, o fisiologista destaca ondas de calor, irritabilidade, dormência nas extremidades e secura vaginal. Ele reforça que a diminuição do estrogênio também aumenta o risco cardiovascular, favorece alterações metabólicas e afeta aspectos como pele, cabelos e até o paladar. “A ausência estrogênica muda a percepção do alimento, modifica a textura da pele e altera as características do cabelo”, comenta.
Segundo o professor, a atividade física tem papel fundamental antes, durante e depois da menopausa, e nunca é tarde para começar. Ele lembra que, embora existam janelas de oportunidade em que o exercício é ainda mais efetivo, qualquer fase da vida é adequada para iniciar uma prática.
“Quando falamos de saúde óssea, por exemplo, o pico de massa óssea da mulher acontece entre os 35 e 40 anos. Mas mesmo quando essa base não foi construída antes, ainda há muito o que fazer para evitar o declínio”, explica, ressaltando que a osteopenia e a osteoporose podem ser reduzidas com intervenção adequada.
De acordo com o profissional, o ponto-chave não é o modelo da atividade, mas a capacidade da mulher de criar vínculo com ela. Em suas palavras, a palavra “rotina” precisa carregar afeto: escolher algo que desperte prazer é essencial para sustentar a prática a longo prazo. Ele recomenda que a rotina seja “multimodal”, combinando atividades aeróbicas, exercícios de força para músculos e ossos e movimentos que favoreçam a flexibilidade e amplitude articular. “É muito importante que acima de tudo a mulher faça o exercício que realmente gosta de fazer”, pontua.
Para o professor, a menopausa é uma fase de intensa transformação, mas também um momento de reencontro com o corpo. O movimento atua como ferramenta terapêutica, auxilia no controle dos sintomas, melhora o humor, protege o coração, fortalece os ossos e contribui para que cada mulher atravesse essa fase com autonomia, leveza e consciência. “Com informação, cuidado e movimento, cada mulher pode viver esse momento com mais leveza e autonomia”, conclui.
Informação que acolhe e transforma
Ao promover esclarecimentos com embasamento técnico e acessível, o projeto “Falando sobre Menopausa” reforça o compromisso do Grupo JR Comunicação com a saúde, o bem-estar e a autonomia das mulheres. O objetivo dessa iniciativa é reduzir tabus, ampliar o diálogo e oferecer conhecimento para que cada mulher compreenda melhor essa fase natural da vida.
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