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Mpox: AML alerta médicos sobre fluxo assistencial da 17ª Regional de Saúde

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A médica infectologista Dr. Joseani Coelho Pascual, associada da AML, explica que a transmissão ocorre através do contato com pessoas contaminadas e o período de incubação da Mpox é de 1 a 21 dias após exposição ao vírus

Por Comunicação AML – Infinita Escrita 

A Associação Médica de Londrina (AML) alerta aos médicos que a 17ª Regional de Saúde de Londrina, que abrange 21 municípios no Norte do Paraná, publicou uma nota orientativa para os médicos e outros profissionais de saúde sobre como proceder no atendimento a pacientes com suspeita de Mpox, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar que o cenário da doença no continente africano constitui emergência em saúde pública global, principalmente pelo avanço da nova variante CLADE 1.

Todos os profissionais de saúde que atuam em qualquer tipo de serviço de saúde, seja na Atenção Primária à Saúde, unidades de pronto atendimento, ambulatórios e hospitais, devem estar atentos para a identificação, notificação e manejo adequado dos casos. O atendimento inicial deve ser realizado, preferencialmente, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), indicando-se internação hospitalar para os casos que apresentem sinais de gravidade. 

Recomenda-se, ainda, aos profissionais de saúde o uso de equipamentos de proteção individual como máscaras cirúrgicas, óculos, luvas e avental, além da higienização das mãos regularmente.

Para reduzir a cadeia de transmissão deverá ter fluxo adequado da triagem para as salas de isolamento, em qualquer nível de atenção, evitando contato com outros pacientes. Em caso suspeito, deverá ser disponibilizado ao usuário a máscara cirúrgica e realizar o isolamento  imediatamente. Caso o usuário possua lesões de pele em áreas expostas, elas devem ser protegidas por lençol, vestimentas ou avental com mangas longas.

Todos os casos suspeitos devem ser notificados imediatamente à vigilância epidemiológica municipal, à Regional de Saúde e ao CIEVS PR, no telefone (41) 99117-0444, e preenchido o formulário eletrônico de notificação e investigação disponibilizado neste link. Outras orientações sobre as medidas de precauções publicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) podem ser acessadas neste link

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também divulgou um conjunto de cursos e materiais online gratuitos em oito idiomas – incluindo português – sobre a Mpox. Os documentos podem ser acessados no site da entidade.

Paraná registra 131 casos suspeitos da doença

Segundo dados do Ministério da Saúde, foram notificados no Brasil 709 casos confirmados ou prováveis neste ano até o momento, número bastante inferior quando comparado aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, ano em que foi contabilizado o pico da doença no país e declarada pela OMS a última Emergência de Saúde Pública no Âmbito Internacional (ESPII) para Mpox.

Em 2024, no Paraná, foram identificados 131 casos suspeitos e, destes, oito casos confirmados, sem nenhum registro de morte. Essas confirmações estão distribuídas na 2ª Regional de Saúde Metropolitana (6), 17ª RS de Londrina (1) e 19ª RS de Jacarezinho (1). Os dados preliminares são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Em 2022, durante o pico da doença, foram 283 casos no Estado.

O que é a Mpox?

A Mpox é uma doença infectocontagiosa causada pelo vírus Monkeypox. “Ao contrário do que se imagina, o macaco não é reservatório desse vírus e sim os roedores silvestres, como ratos e  esquilos”, afirma a médica infectologista Dr. Joseani Coelho Pascual, associada AML.

Segundo ela, existem duas variantes do vírus Monkeypox: CLADE 1, responsável pela epidemia atual, de 2024, que apresenta maior gravidade, e CLADE 2, que foi responsável pela epidemia de 2022 e 2023.

“A transmissão ocorre através do contato com pessoas contaminadas, na relação sexual, pela pele, beijo, fluidos corporais, materiais contaminados como agulhas, roupas, gotículas e aerossois, mordedura, ranhuras, carcaças de animais contaminados e de gestantes para o bebê”, cita a médica especialista em doenças infecciosas.

Dra. Joseani informa que o período de incubação da Mpox é de 1 a 21 dias após exposição ao vírus, sendo que o ciclo da doença dura, em média, sete dias.

Os principais sinais e sintomas são:

  • Erupções cutâneas;
  • Rash cutâneo;
  • Aumento dos gânglios
  • Febre;
  • Calafrios:
  • Dor de garganta e de cabeça;
  • Dor muscular;
  • Dor nas costas;
  • Fraqueza.

“As erupções cutâneas podem aparecer em qualquer local. Na palmas das mãos, sola dos pés, rosto, mucosa oral, genitais, garganta, virilha e ânus. De início são planas, evoluem para bolhas com conteúdo líquido, secam, formam crostas e caem”, explica a médica, reforçando que a Mpox é uma doença autolimitada e a transmissão ocorre até que a última crosta caia e nova epitelização ocorra.

O diagnóstico é feito através da detecção do DNA viral (PCR) de amostras da pele, conteúdo das bolhas e erupções cutâneas em todos os pacientes que forem enquadrados na definição de caso suspeito: indivíduo de qualquer idade que, a partir de 15 de março de 2022, apresentar início súbito de febre, adenomegalia e erupção cutânea aguda do tipo papulovesicular de progressão uniforme. 

“O tratamento consiste em cuidar das erupções, controlar a dor e prevenir complicações”, informa a Dr. Joseani, citando que os medicamentos mais comuns para tratar a Mpox são paracetamol, ibuprofeno, água salgada para bochechos, banhos de assento com bicarbonato ou água morna. 

“Antivirais como Tecovirimat, Brincidofovir e Imunoglobulina também podem ser utilizados, mas estudos ainda estão sendo concluídos”, completa a médica, assinalando que a vacina previne doença grave, hospitalização e óbitos. “É indicada para pessoas de alto risco, como profissionais de saúde e pessoas com múltiplos parceiros.”

As principais medidas de controle são isolamento dos pacientes, rastreamento e monitoramento dos contatos íntimos e familiares do paciente e utilização de equipamentos de proteção individual pelos doentes e pelos profissionais de saúde ou cuidadores.

Mpox pode matar?

Na maioria dos casos, os sintomas da doença desaparecem sozinhos em poucas semanas, mas, em algumas pessoas, o vírus pode provocar complicações médicas e até mesmo a morte. Recém-nascidos, crianças e pessoas com imunodepressão pré-existente correm maior risco de sintomas mais graves e de morte pela infecção.

Quadros graves causados pela Mpox podem incluir lesões maiores e mais disseminadas (especialmente na boca, nos olhos e em órgãos genitais), infecções bacterianas secundárias de pele ou infecções sanguíneas e pulmonares. As complicações se manifestam, ainda, por meio de infecção bacteriana grave causada pelas lesões de pele, encefalite, miocardite ou pneumonia, além de problemas oculares.

Pacientes com Mpox grave podem precisar de internação, cuidados intensivos e medicamentos antivirais para reduzir a gravidade das lesões e encurtar o tempo de recuperação. 

Ministério da Saúde estuda a compra de vacina contra Mpox

A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a formação de um Comitê de Operação de Emergência (COE) que incluirá a Anvisa, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e outros órgãos para analisar e coordenar as ações de resposta à doença. 

A pasta negocia ainda a aquisição de 25 mil doses da vacina junto à Organização Pan-americana de Saúde (Opas). A vacina é destinada apenas para pessoas diagnosticadas com HIV, imunossuprimidos, que tiveram contato direto com os fluidos e secreções corporais de casos suspeitos ou confirmados para a doença, além de profissionais de laboratórios que trabalham diretamente com o vírus.

Leia também: Inscrições abertas para residências médicas em Londrina (aml.com.br)

Por Comunicação AML – Infinita Escrita 

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