Mês de conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer de próstata traz o tema da ‘saúde do homem’ como uma bandeira importante de ser levantada pela sociedade
O mês de novembro e a campanha mundial do ‘Novembro Azul’, além de promover a conscientização sobre a saúde do homem, principalmente sobre o diagnóstico precoce do câncer de próstata, também traz a mensagem do quanto é importante que toda a sociedade, em especial os próprios homens, comecem a priorizar cada vez mais esse tema.
Assim como o futebol, saúde também é papo de homem e, por isso, esse é o tema do ‘Novembro Azul’ de 2023. A campanha internacional existe desde 2003 e começou a ser divulgada no Brasil a partir de 2008.
O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens de todo o mundo, inclusive brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados quase 66 mil novos casos de câncer de próstata no ano de 2022, sendo esse o segundo câncer mais letal na população masculina brasileira, atrás apenas do câncer de pulmão.
Conforme informações do Ministério da Saúde, no ano passado, 16.055 homens morreram em decorrência do câncer de próstata, o que corresponde a cerca de 44 mortes por dia. Para tratar do tema, o JR falou nesta semana com o médico dr. Renato Furoni, que é Oncologista Clínico, atende em Londrina, e tem o Título de Especialista em Oncologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). O profissional explicou mais sobre a doença e como ela afeta a vida dos homens.
“Infelizmente cerca de 20% de todos os casos de câncer de próstata são diagnosticados já em suas fases mais avançadas. Apesar disso, quando diagnosticada mais precocemente, essa doença pode ter até 90% de chances de cura e é exatamente por isso que é tão importante falarmos sobre prevenção e diagnóstico precoce”, afirma o profissional.
De acordo com o dr. Renato Furoni, o câncer de próstata pode ser bastante silencioso no início, mas com sua evolução ele pode causar alguns sintomas como, por exemplo, dificuldade para urinar, redução do jato urinário, necessidade de acordar várias vezes durante a noite para urinar e, em fases avançadas, ocasionar dores e/ou até insuficiência renal.
“Alguns fatores de risco importantes são: idade, isto é, sua incidência aumenta com o envelhecimento (é um câncer raro antes dos 40 anos); obesidade; sedentarismo; histórico familiar positivo de câncer de próstata em pai, irmão e/ou tio (principalmente se diagnosticados nesses familiares antes dos seus 65 anos de idade) e fatores étnicos, já que homens negros costumam ter uma maior incidência deste tipo de câncer”, explica o oncologista.
Sabendo de todos estes fatores, dr. Renato afirma que a realização de atividade física regularmente, bem como a manutenção do peso ideal e uma dieta equilibrada e balanceada (de preferência pobre em gordura animal), além de não fumar, auxiliam muito na prevenção e são, sem dúvida, as melhores ferramentas para tentar prevenir a doença.
“Mesmo na ausência de sintomas, todos os homens a partir de 50 anos devem procurar um urologista, para avaliação individualizada sobre a melhor forma de rastreamento do câncer de próstata (seja com a dosagem sérica de PSA, seja com o exame físico de toque retal, ou com ambos). Já os homens que possuam parentes de primeiro grau diagnosticados com câncer de próstata e os homens negros devem começar o rastreio aos 45 anos, pelo maior risco da doença nessas populações”, orienta.
A boa notícia, é que os métodos diagnósticos e as formas de tratamento do câncer de próstata em seus diversos estágios estão evoluindo muito e tendem a melhorar cada vez mais, segundo afirmado pelo profissional. “Por isso, a conduta em cada caso deve ser individualizada e discutida com a equipe médica. E lembre-se que, assim como no futebol, onde nossas chances de vitória aumentam quando saímos na frente do adversário abrindo o placar, na luta contra o câncer de próstata o diagnóstico precoce é a chave do sucesso”, finaliza dr. Renato Furoni.
O profissional atende na Oncoclínicas Londrina, cujo fone é o (43) 3305-4200.
Matéria publicada em novembro de 2022 pelo JR