Saúde de Cambé: 1º quadrimestre do ano foi de aumento de custos e demanda

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Município aplicou 32,15% em recursos próprios na saúde – mais que o dobro exigido em lei

Durante a Audiência Pública da Saúde, realizada na manhã da quinta-feira (26) no plenário da Câmara de Vereadores de Cambé, a secretaria municipal de saúde relatou que, no primeiro quadrimestre deste ano, o município aplicou 32,15% em recursos próprios na saúde – mais que o dobro exigido em lei. Dos quase R$ 51 milhões despendidos, cerca de R$32 milhões vieram de fonte próprias.


No relatório detalhado apresentado pela secretaria estão o aumento de 87% nos atendimentos da UPA, que respondeu por quase 222 mil procedimentos entre consultas, exames e pequenas cirurgias de janeiro a abril. No 24 horas, Maria Anideje o aumento foi de quase 67%, tendo respondido por total de 79.269 atendimentos no mesmo período.


Os vereadores aproveitaram a presença dos técnicos da secretaria de Saúde para esclarecer dúvidas. O presidente da Câmara, o vereador Dr. Fernando Lima perguntou se o aumento de demanda na UPA é a explicação para a demora no atendimento. “Tenho recebido muitas reclamações que apontam casos de mais de seis horas de espera. É a alta demanda, a falta de médicos? O que é possível fazer sobre isso?”, perguntou.


A diretora de planejamento da secretaria de saúde, Talita Bengozi Gozi, explicou que o crescimento da demanda na UPA vem do 3º quadrimestre do ano passado. E, para ela, grande parte do problema é resultado de uma cultura que se fortaleceu durante a pandemia. “Passamos praticamente dois anos orientado as pessoas a procurarem a UPA, por causa do COVID. Agora precisamos conscientizar as pessoas a voltarem a usar as unidades básicas de saúde”, argumentou.


A secretaria de saúde descartou a possibilidade de aumentar o número de médicos na UPA. De acordo com o órgão, a estrutura física de atendimento comporta quatro médicos. A demora no atendimento também foi abordada pelo vereador Igor Mateus que cobrou da secretaria estudo de alternativas para reduzir o tempo de espera.


Entre as principais reivindicações apresentadas pelos vereadores estão: mais médicos para a UPA; investir em buscar solução para a demora de atendimento na UPA e no 24 horas; amplificação do combate ao avanço da dengue com mais conscientização e fumacê nos bairros; utilização de novos espaços para atender demanda por hidroginástica e para oferecer mais vagas de hidroterapia; mais agilidade na ampliação e reforma dos Postos de Saúde do Novo Bandeirantes e do Jardim Silvino.

Prioridade na realização de consultas e exames
O vereador Jota Mattos solicitou à secretaria de saúde que cobre do CISMEPAR- Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema, que passe a agendar as consultas especializadas e os exames dos moradores de Cambé na cidade e não mais em Londrina. “ Além de facilitar para o paciente que não vai precisar se deslocar até o município vizinho para ser atendido, vamos valorizar os prestadores destes serviços no município, gerando mais renda e empregos na nossa cidade”, reforçou.


Só no primeiro quadrimestre o município respondeu por 15.290 procedimentos (consultas e outros) no CISMEPAR. Os vereadores deverão elaborar um documento formalizando o pedido. A secretária de saúde, Adriane Bertan, explicou que este documento será apresentado em uma próxima reunião com o Consórcio e vai reforçar um pedido da própria prefeitura que, segundo ela, vem sendo feito repetidamente.

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