Relatório de 2023 revela que bairro representa 18.33% dos casos de violência contra a mulher reportados em Rolândia
Uma pesquisa, feita em 2023 a respeito dos números de violência doméstica contra a mulher em Rolândia, revelou que a maior parte das denúncias registradas ocorrem no Jardim Nobre. De acordo com os dados coletados, os bairros com maior índice de denúncias são Jardim Nobre, Centro e Vila Oliveira.
No Jardim Nobre, o percentual é de 18% de mulheres vítimas de violência, seguido pelo Centro com 16% e Vila Oliveira com 11%. De acordo com a vereadora Cristina Pieretti, procuradora da Procuradoria da Mulher de Rolândia, a situação é preocupante. “Os números da violência contra a mulher em nossa cidade assustam. Ainda mais preocupante é saber que muitas mulheres não procuram ajuda e não denunciam os abusos.”
A pesquisa revelou que, além dos bairros já mencionados, outros também apresentaram casos significativos de violência doméstica, como Novo Horizonte (6%), Santiago (10%) e José Erdei (5%). Já os bairros que apresentam baixos índices, com apenas 2% de casos reportados são: Monte Carlo, Manuel Muller, Padre Ângelo, Vila Nova, Domingos Neves, Nogueira, Teresópolis, Jardim do Lago e Araucárias.
Cristina informou que o relatório foi elaborado a partir da junção dados da Prefeitura, da Delegacia de Polícia Civil, das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e da Procuradoria da Mulher, resultando em um documento geral de Rolândia que abrange todos os órgãos envolvidos. “Os números desse relatório estão alinhados com os dados que a Câmara já havia detectado e atendido, confirmando a precisão das informações apresentadas”, afirmou a vereadora.
A parlamentar destacou a importância das campanhas de prevenção e combate à violência, e mencionou o papel fundamental das agentes de saúde da UBS do Nobre, essenciais para identificar e encaminhar as vítimas.
“Precisamos continuar as campanhas de prevenção e combate à violência contra a mulher em toda a cidade. As agentes de saúde lá do Nobre são muito dedicadas. Elas conversam com as mulheres e identificam as vítimas de violência, que, muitas vezes, são encaminhadas para a Procuradoria da Mulher.
Em geral, muitas das mulheres que chegam para ser atendidas na procuradoria são encaminhadas pelas agentes. Elas fazem um trabalho muito bonito e importante, orientando as mulheres”, comentou Cristina.
De acordo com a procuradora, do início do ano de 2024 até agora, 57 mulheres foram atendidas no órgão. “Essas mulheres atendidas na Procuradoria da Mulher da Câmara não incluem só vítimas de violência; atendemos também mulheres que precisam de divórcio, que foram assediadas no trabalho, ou que necessitam de emprego para sair do ciclo de violência. Já as mulheres atendidas na rede do município são geralmente encaminhadas pela delegacia, com medidas protetivas”, acrescentou.
Cristina também destacou a importância das reuniões mensais e enfatizou a importância de melhorar o sistema de coleta de informações e continuar as reuniões mensais da rede de apoio da rede de apoio.
“Estamos realizando reuniões de rede todo mês. Esses encontros são fundamentais para discutir e implementar melhorias no atendimento às vítimas de violência. Também estamos implementando melhorias na coleta de dados para entender melhor o ciclo da violência em nosso município. É fundamental saber se o aumento nos números se deve a um crescimento real da violência ou à maior conscientização e informações que as mulheres recebem sobre a rede de atendimento”, afirmou.
Quem pode buscar ajuda e como conseguir?
O serviço da Procuradoria da Mulher é destinado às mulheres que precisam de acolhimento devido a casos de violência física, psicológica, patrimonial. Mulheres que forem vítimas de qualquer tipo de violência podem procurar a Procuradoria para orientação e encaminhamento do caso.
A Procuradoria tem como objetivo acolher todas e, sobretudo, ser um ombro amigo, uma saída para essas mulheres.
As mulheres que precisarem podem procurar o órgão na Câmara Municipal (Duque de Caxias 288), de segunda a sexta, do meio-dia às 18 horas. Aquelas que precisarem de um apoio, mas não podem se deslocar, a procuradora Cristina Pieretti deixa o seu contato à disposição: (43) 99931-1290.