Idoso, que trabalha perto do colégio, se passou por policial e deteve o criminoso com o pé até a chegada dos policiais; detalhe, estava desarmado
A história do ataque ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, tem vários heróis e heroínas, como os professores, as professoras e os próprios alunos que ajudaram outros estudantes a fugir do atirador. Mas um dos heróis que mais se destaca tem 62 anos e trabalha como prestador de serviços numa clínica que fica ao lado do estabelecimento escolar atacado: Joel de Oliveira. Apesar de estar desarmado, em menos de 5 minutos, imobilizou o atirador até que os policiais chegassem e o levassem para a delegacia de Londrina.
O idoso contou que ouviu os tiros assim que chegou na clínica de fisioterapia em que trabalha, que fica próxima ao colégio. Sem pensar nos riscos, correu para a escola, gritou com o atirador, afirmando que era um policial e o imobilizou com o pé até a chegada das viaturas de polícia. Joel contou que uma funcionária da clínica tem um filho na escola, além de outros amigos seus também, e, por isso, nem pensou e saiu correndo direto para lá. “Cheguei, vi o agressor e falei que era policial. Ele parecia desarmado e se rendeu”, revelou o prestador de serviço, que não tem treinamento de segurança algum.
Em entrevista ao Globo, Joel contou que mais detalhes desse encontro com o agressor. “Quando encontrei o rapaz, ele estava colocando a arma em cima de um banco, não sei se para recarregar a munição ou se porque já pensava em parar com o ataque. Na hora, a única coisa que veio na minha mente foi falar que eu era policial, para tentar segurar ele. Penso que ele pode ter confundido o celular que estava na minha mão com uma arma depois que me identifiquei como policial. Então, ele se virou, deitou no chão e eu perguntei se ele tinha mais armas no corpo. Ele negou”, relatou.
Joel de Oliveira só lamenta não ter chegado a tempo de, quem sabe, salvar o casal de namorados Karoline Alves, de 17 anos, e Luan Augusto, de 16. A adolescente morreu no pátio da escola e o jovem encontra-se em estado grave no Hospital Universitário de Londrina. Ele conhece os dois de vista, pois vão à mesma igreja.