Pai e avó de Eduarda Shigematsu vão a júri em março

Ricardo Seidi e Terezinha Guinaia vão a júri popular “na primeira data viável na pauta”, segundo o próprio juiz Alberto José Ludovico

A defesa de Ricardo Seidi deve continuar a insistir na tese de que Eduarda cometeu suicídio

Depois de vários recursos da defesa, o juiz da Vara Criminal de Rolândia, Alberto José Ludovico, marcou para março de 2023 a realização do júri popular dos acusados no caso da morte de Eduarda Shigematsu, acontecida em abril de 2019. O pai da menina de 11 anos à época, Ricardo Seidi, e a avó Terezinha Guinaia, que é mãe de Ricardo, vão a julgamento na “primeira data viável na pauta” do Tribunal do Júri daquela comarca. Os dois são suspeitos de matar e ocultar o corpo de Eduarda, que foi encontrada enterrada dentro de uma garagem de uma casa de propriedade de Ricardo, na área central de Rolândia.


Preso desde aquela época, Seidi responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Para o Ministério Público do Paraná, ele cometeu um feminicídio por meio cruel e com recursos que impossibilitaram a defesa da vítima. Já a avó de Eduarda é acusada de ter ajudado a enterrar o corpo da menina, além de falsidade ideológica.


A defesa de Ricardo Seidi deve continuar a insistir na tese de que Eduarda cometeu suicídio, tendo sido o pai apenas responsável por encontrar o corpo e enterrá-lo. Essa versão foi apresentada pelo réu desde o início do processo.

Dois adiamentos
O julgamento de Ricardo Seidi e Terezinha Guinaia já foi remarcado por duas vezes pela Justiça: uma vez a pedido do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e outra a pedido da defesa de Ricardo Seidi.

Inicialmente, o julgamento estava marcado para o dia 24 de março, mas o MP-PR pediu a mudança alegando que uma das testemunhas, considerada essencial, não havia sido intimada. A Justiça, então, marcou o julgamento dos acusados para 26 de maio de 2022, quando os dois iriam enfrentar um júri popular formado por 7 pessoas no Fórum de Rolândia.


Mas também esse julgamento foi adiado a pedido da defesa de Ricardo para a reconstituição dos fatos. Um novo laudo foi feito pela perícia do Instituto de Criminalística de Londrina e voltou a desmentir a hipótese de suicídio da vítima, versão de Ricardo Seidi. O novo laudo foi terminado em outubro e os trabalhos que produziram esse novo documento foram feitos em agosto.


Relembre o caso

Ricardo Seidi Shigematsu foi preso no dia 28 de abril de 2019, depois de ajudar a polícia a desenterrar o corpo de Eduarda. A menina estava enterrada na garagem de uma casa desocupada, que pertence à família de Ricardo, na rua Manoel Carreira Bernardino.


Eduarda estava desaparecida desde o dia 24 e o próprio pai colocou o fato, pedindo ajuda, em sua rede social.


Ricardo deu depoimento ao delegado Ricardo Jorge, da 22ª SDP Subdivisão Policial de Arapongas, responsável pelo caso. O corpo foi localizado pelos policiais da delegacia de Rolândia, e pelas equipes do Sicridi (Serviço de Investigação de Criança Desaparecida), de Curitiba.


“Eduarda foi encontrada com as mãos e pés amarrados, com uma camiseta e um saco de lixo na cabeça”, afirmou o delegado Ricardo Jorge.

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