Polícia Civil deu detalhes da investigação em uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira
Coletiva foi dada na sede da 10ª Subdivisão Policial (SDP), em Londrina, nesta quarta (foto: Portal Cambé)
A Polícia Civil (PC) realizou uma coletiva de imprensa na sede da 10ª Subdivisão Policial (SDP), em Londrina, na manhã desta quarta-feira (28). Durante a coletiva, a PC revelou detalhes sobre a investigação do ataque ao Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé (PR), ocorrido no dia 19 de junho, que resultou nas mortes de Karoline Verri Alves (17) e Luan Augusto da Silva (16).
O autor do atentado, um ex-aluno de 21 anos, foi preso e levado para uma cela na Casa de Custódia em Londrina, onde foi encontrado morto na madrugada do dia 20. A PC também relatou que quatro pessoas, três delas de Rolândia (PR), foram presas e um adolescente rolandense de 13 anos foi apreendido, ouvido e liberado.
A segunda prisão feita pela Polícia, depois da do atirador, foi um jovem de 21 anos de Rolândia que teria participado diretamente do crime, auxiliando no planejamento do ataque. O suspeito foi transferido ao Complexo Médico-Penal, em Curitiba, por ter atentado contra a própria vida.
Na sequência, outro jovem, este de 18 anos, foi preso pela polícia em Gravatá, no interior de Pernambuco – este é suspeito de ser o mentor intelectual do atirador. Em seguida, um homem de 35 anos foi preso por ter, supostamente, fornecido armas e munições ao atirador e outro homem de 39 anos também foi preso por envolvimento no caso. Os dois são de Rolândia.
O delegado de Cambé, Paulo Henrique Costa, falou sobre as prisões efetuadas até o momento. “São dois presos preventivamente: os jovens de 21 e de 18 anos. Eles respondem, a princípio, por serem sujeitos ativos de dois crimes de homicídio qualificado. Há, ainda, dois homens, de 35 e 39 anos, presos temporariamente e, neste momento, investigados por comércio ilegal de arma de fogo e das munições que foram utilizadas para a prática dos atos”.
Planejamento em dezembro de 21
O delegado Paulo Henrique Costa também revelou que o atirador e o mentor de Pernambuco iniciaram o contato por aplicativos na segunda quinzena de dezembro de 2021, quando começaram a planejar ataques violentos contra a escola. “O atirador planejava cometer o ataque exclusivamente no Colégio de Cambé enquanto o jovem pernambucano, paralelamente, teria outro ataque, em outra cidade, ao mesmo tempo”, ressaltou o delegado.
Como foi no colégio
Amarantino Ribeiro, delegado-chefe da 10ª SDP, falou sobre as imagens das câmeras de segurança do colégio. “Os alunos levam um minuto e quatro segundos para se esconder a partir do momento em que ouvem os tiros. Antes, fazem o contrário: vão até a porta ver o que estava acontecendo e se tornam alvos mais fáceis. Eles só conseguem se proteger no momento em que o atirador desfere tiros contra a porta; aí eles buscam a proteção”, ressaltou Amarantino.
Amarantino afirmou que irá levar as falhas vistas aos diretores do colégio. “É muito importante que todos busquem a proteção. Identificamos uma série de falhas apontadas pelas câmeras de segurança. Vamos levar, didaticamente, ao conhecimento dos diretores de escolas para diminuir esse tipo de falha e disseminar o esse conhecimento”, pontuou.
Prefeito fala
O prefeito de Cambé, Conrado Scheller, prefeito de Cambé, elogiou o trabalho realizado pela Polícia Civil. “Estou satisfeito pela destruição dessa célula. As aulas voltaram, em Cambé, no momento em que percebemos que essa célula (da maldade) havia sido destruída”, afirmou. Ainda assim, Scheller alerta que é preciso chamar a atenção dos governos estadual e federal para o fato de que não basta subir muros e colocar detectores de metais. “O crime migra, o bandido não é imbecil. O que chama atenção é a liberdade que esses jovens têm na internet”, resumiu o prefeito de Cambé.