Encontro foi promovido pela ACIR e pelo 15º BPM; Assistência fez pré-lançamento de campanha sobre ineficácia da doação de dinheiro
A Associação Empresarial de Rolândia (ACIR) e o 15º Batalhão de Polícia Militar de Rolândia (BPM) promoveram uma reunião com lojistas e comerciantes na noite desta terça-feira (20), a partir das 19 horas, no auditório da Associação. Na pauta do encontro, que contou com representantes da Assistência Social, um bate-papo sobre a segurança no comércio e as pessoas em situação de rua.
“Rolândia não tem morador de rua. Dessas pessoas que estão em situação de rua, oito são de Rolândia e têm família, mas preferem ficar na rua. Os outros são de outras cidades e estados”, afirmou a assistente social do Creas, Fabiane Cogo. Outro dado repassado é que cerca de 90% das pessoas nas ruas têm problema com álcool.
A secretária de Assistência, Michele Pereira, acompanhada da diretora Fernanda Buranello, fizeram o pré-lançamento da campanha ‘Melhor do que dar esmolas é estender a mão’, ação em parceria com a ACIR. A ideia da campanha é conscientizar as pessoas a não darem esmola e, sim, a estender a mão e pedir um encaminhamento para a Assistência. A partir desta semana, em parceria com a ACIR, cartazes e panfletos serão confeccionados e entregues para a população.
“Temos uma equipe pronta para fazer essa abordagem e sugerir algumas oportunidades”, explica Michele. Para se ter uma ideia, em julho houve 91 pessoas em situação de rua, 55 delas foram encaminhadas e 16 fizeram o cadastro único. A equipe da Assistência tem dois abordadores, assistente social e psicólogo. “Nosso whats é o 3156 0454 e fica disponível fora do horário comercial. Já o 3906-1113 é apenas em dias e horários comerciais”, reforçou Fernanda.
A tenente Barroca e o capitão Anderson, do 15º BPM, também falaram com os comerciantes e fizeram orientações importantes. “Falamos sobre propiciar atendimento humanizado às pessoas em situação de rua, zelando por sua integridade física e psíquica quando for necessário realizar qualquer intervenção policial”, explicou a tenente.
Barroca também ressaltou que a PM deve ser chamada em ocorrências envolvendo pessoas em situação de rua quando houver indício de prática criminal, sendo essa pessoa autor ou vítima. “Não devem ser enviadas equipes policiais para atender situações nas quais o solicitante reporte genericamente que estão incomodando apenas pela presença. Nesses casos, deve-se orientar que seja acionado o órgão de assistência social do município”, pontuou.
A Polícia Militar e a Assistência Social não podem determinar que a pessoa em situação de rua se retire de espaços ou logradouros públicos apenas por clamor de outras parcelas mais favorecidas da população e que manifestam incômodo com a presença deste grupo populacional. Sobre a entrada de pessoas nessa situação em comércio para ‘pedir’, algumas medidas como avisos que o local tem câmeras de vigilância podem fazê-las desistir de serem agressivas ou mal-educadas.
Ainda de acordo com a Assistência, a ‘bondade’ dos rolandenses em dar esmola é o que incentiva as pessoas a virem pra cá e a ficarem nas ruas. “Precisamos é incentivá-las a sair das ruas e a voltar a ter uma vida digna, criando e dando oportunidades”, sentenciou Michele Pereira.