‘Coração Azul’ leva acolhimento para mães atípicas

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Fundado pela cambeense Renata dos Santos, grupo formado por mães de crianças com TEA atua na busca por direitos aos filhos e também serve como espaço de escuta e acolhimento

Emanuella e a mãe Renata

Em 2019, Renata dos Santos (29), moradora de Cambé, e mãe da Emanuella, de 11 anos, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), resolveu criar um grupo com outras mães atípicas para compartilhar informações sobre o universo neurodiverso. No ‘Coração Azul’, como é chamado, hoje tem 44 mães, todas de Cambé, que trocam ideias, buscam por melhorias para seus filhos e também compartilham os desafios de toda essa carga maternal.


“Lá tratamos de diversos assuntos, perguntamos se alguma mãe está precisando de medicação, trocamos dúvidas, e é um momento também de desabafo. Às vezes, achamos que estamos passando por uma situação que só acontece com a gente, mas quando colocamos o relato do problema no grupo, descobrimos que há outras mães passando pelo mesmo”, explica Renata.


A inspiração para criar esse espaço de acolhimento e informação veio de grupos de TEA de Londrina, que reivindicavam melhorias e pediam o cumprimento de direitos para os filhos. “Peguei com essas mães de Londrina todas as leis que tinham na cidade para levar até ao prefeito de Cambé. E foi por meio dessa reivindicação que três leis municipais foram criadas em prol dos autistas da cidade”, ressalta Renata.

Leis municipais
No final de 2019, o Legislativo de Cambé aprovou a lei que previa o atendimento prioritário de pessoas com Transtorno Espectro Autista – TEA, bem como permitia a utilização das vagas preferenciais nos estacionamentos. A indicação para criar essa lei foi de iniciativa do vereador Leonildo Aparecido Julião (PTB), o Tokinho, que atendeu pedido das mães de crianças com TEA. No mesmo ano, o ex-vereador José Guilherme Trombetti institui a lei de aplicação de testes de Triagem do Autismo (teste M-CHAT) em todas as crianças atendidas nas UBSs de Cambé.


Recentemente, o grupo conseguiu a implantação da carteirinha do autista pelo município. Para fazer o pedido da carteirinha, o responsável pela criança vai até a prefeitura, pega o formulário e preenche com as informações necessárias. “Além deste documento, para retirar a carteirinha, também precisamos encaminhar um laudo da criança autenticado em cartório, e o valor dessa autenticação é o único custo que temos”, pontua Renata. A intenção é trazer cada vez mais mães para o grupo, para assim conseguir cada vez mais recursos e direitos para as pessoas com TEA na cidade.


Eventos
No dia 14 de junho, as mães do Coração Azul farão um novo evento na Câmara de Cambé, que vai contar com a participação da Heloisa Hollandini, do grupo AMAAAR (Grupo de Mães e Amigos dos Autistas de Arapongas). “Nesse evento vamos falar sobre a conscientização na causa do transtorno do espectro autista. Por exemplo, como lidar com a situação de crise de uma crianças. A Heloisa também vai compartilhar as conquistas realizadas pelo grupo de Arapongas”, pontuou Renata.


Já no dia 18 de junho, quando se comemora o Dia do Orgulho Autista, as mães do grupo vão para o calçadão do centro de Cambé fazer uma panfletagem educativa sobre o tema e também divulgar a importância do respeito a neurodiversidade. Para acompanhar mais sobre o grupo acesse o perfil no Instagram (@teacoracaoazuldecambe).

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