‘Rolândia contra a Pobreza Menstrual’, projeto da Assistência Social, será lançado no dia 16 e faz parte das ações do ‘Março Mulher’
Em meio às ações do projeto “Mulher Segura”, que será lançado nesta terça-feira, dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, a Secretaria de Assistência Social de Rolândia também fará o lançamento de mais um programa assistencial para as mulheres do município diretamente ligado à questão da pobreza menstrual. Chamado de ‘Rolândia contra a Pobreza Menstrual’, o programa será lançado no dia 16, quando serão apresentados vídeo e haverá rodas de conversa sobre o tema com as mulheres.
“Teremos a participação das secretarias de Saúde e Educação nesse projeto. Queremos mostrar para população a importância desse tema, muitas das vezes minimizado por pessoas que não têm noção do quanto ele é complicado, especialmente por nós, homens”, afirma o secretário de assistência social, Diego Silva.
O secretário ainda pontuou que, no auge da pandemia, muitas mulheres em situação de vulnerabilidade social buscaram os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) para pedir a doação de absorventes, situação que não ocorria antes da pandemia. “É algo que já começou há algum tempo e foi se intensificando com o aumento da crise financeira, com muitos desempregos e pessoas entrando na situação de vulnerabilidade”, pontua Diego.
O secretário compartilha que há relatos chocantes dentro da área de saúde de pessoas que buscam ajuda por infecção urinária, e que após um exame médico é identificado que a infecção foi causada por conta do uso de outros produtos, na ausência do absorvente. “Nós temos relatos de moradoras de rua usando o miolo de pão, usando sacolinha e diversas outras coisas. Às vezes a nossa realidade não consegue enxergar o que acontece lá fora”, expõe Silva.
Diego afirma que a pobreza menstrual é um problema de saúde pública, social, e dentro da educação, pois gera inclusive evasão escolar. “É algo que a gente pode minimizar, e inclusive vai trazer maiores gastos de administração pública se não tratado, se não atendido. Eu coloquei as duas secretarias envolvidas nesse projeto porque, além dos nossos assistentes sociais que conseguiram identificar pessoas em situação de vulnerabilidade, as professoras da rede municipal também conseguem identificar tais situações na sala de aula. É algo constrangedor para quem vive”, lamenta.
Inicialmente, o município estuda uma primeira compra de 400 absorventes. As entregas seriam realizadas em todos os CRAS e CREAS da cidade e alguns órgãos, como a Procuradoria da Mulher, também ajudariam encaminhando as demandas para o setor social. “Também conversei com alguns clubes de serviço da cidade que nos ajudariam nessa compra para fazermos essa distribuição gratuita, que será um trabalho da prefeitura em conjunto com a comunidade”, ressaltou Diego Silva.