Rotatividade, propósito e saúde mental: como liderar a Geração Z?

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Psicóloga especialista em carreiras e negócios aponta caminhos para empresas engajarem jovens talentos sem abrir mão da produtividade

Eles nasceram conectados, têm pressa por propósito, rejeitam estruturas engessadas e são a geração mais preocupada com saúde mental, mas também a mais adoecida. Ao entrar no mercado de trabalho, a Geração Z encontra um sistema que, assim como ela, ainda está amadurecendo. Segundo a psicóloga Sarah Figueiredo, especialista em carreiras e negócios, o conflito entre empresas e jovens profissionais não é falta de talento ou de interesse, mas de preparo emocional e comunicação assertiva. “Não é que eles não querem trabalhar. É que não foram preparados para as frustrações da vida adulta, ao mesmo tempo em que as empresas também não estão preparadas para acolher e desenvolver esses talentos com empatia e estratégia”, afirma.

Sarah explica que a Geração Z foi criada em um ambiente de excesso de estímulos, tecnologia e liberdade, mas pouca orientação. “Eles ouviram desde sempre que podiam ser tudo o que quisessem, só que ninguém ensinou como escolher, nem como lidar com os ‘nãos’ do caminho. Isso gerou uma geração sensível, ansiosa e, muitas vezes, paralisada diante de tantas opções”, afirma. O resultado é uma juventude altamente conectada e com valores fortes – como diversidade, saúde mental e sustentabilidade – mas com dificuldades de adaptação a contextos que exigem resiliência, paciência e construção a longo prazo.

De acordo com uma pesquisa global de 2024, da Deloitte, 86% dos jovens da Geração Z consideram que ter um senso de propósito é essencial para a satisfação no trabalho. Ao mesmo tempo, segundo a Forbes, 72% já deixaram seus empregos por falta de flexibilidade. Para a psicóloga, a rotatividade entre jovens profissionais não é apenas resultado de “instabilidade emocional”, mas de um mercado que também está em transição. “O próprio mercado de trabalho está na adolescência. Estamos todos nos readaptando. E esse desencontro entre valores e estruturas antigas gera frustração de todos os lados”, explica.

Para as empresas, o desafio é sair do discurso superficial sobre diversidade geracional e investir em ações concretas de escuta, comunicação e liderança. Sarah defende que conhecer o perfil da Geração Z é essencial para engajar talentos e reduzir a rotatividade. “Essa geração precisa de feedback constante, abertura para o diálogo, e líderes que atuem como mentores, não como chefes autoritários. Reuniões de alinhamento, escuta ativa e clareza de propósito são fundamentais para gerar engajamento e pertencimento”, orienta.

Ao mesmo tempo, a especialista ressalta que a Geração Z também precisa desenvolver habilidades socioemocionais para crescer. “O propósito não cai do céu. Ele se constroi na prática, no dia a dia, no trabalho, nos relacionamentos. Muitos jovens desistem rápido porque esperam que o trabalho faça sentido imediato e não têm maturidade para encarar frustrações, críticas ou limites”, pontua. Por isso, ela defende um trabalho conjunto de desenvolvimento, tanto nas empresas quanto nas escolas e famílias.

Na visão de Sarah, quando um jovem da Geração Z consegue unir seus valores, como inovação, liberdade e saúde mental, a competências como autonomia, responsabilidade e comunicação, ele se torna um profissional raro e valioso. “Eles têm tudo para ser a geração mais produtiva da história. Mas precisam de direção. E as empresas que souberem acolher e formar esses talentos vão sair na frente”, conclui.

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