Por Monsenhor José Ágius
Estamos em tempo do Advento, tempo de preparação para a vinda de Jesus no Natal. Historicamente falando, Ele nasceu há 2022 anos atrás; espiritualmente falando, Ele precisa renascer a cada instante em nossa vida, em nossa família. Já percebemos o ambiente externo de Natal: vitrines de lojas enfeitadas com motivos natalinos, ruas e praças bem decoradas e iluminadas, muitas janelas e sacadas de prédios e casas apresentam, de noite, belíssimo espetáculo de pisca e luzinhas coloridas, comércio já fazendo bons negócios com presentes de fim de ano… Tudo muito bom! Mas, porque acontece Natal e que sentido tem em nossa vida? É festa essencialmente religiosa que relembra o nascimento de Jesus. E Jesus nasceu para trazer a cada um e cada uma de nós uma vida nova, uma vida de paz e de fraternidade. Quer dizer que Natal, sem Jesus, não tem sentido, não é Natal. Para nós que somos cristãos, Natal deve ser para nós um reencontro com Jesus.
As leituras bíblicas sugeridas para este tempo do Advento são bastante sugestivas no sentido de realçar a dimensão humana de Jesus, na qual se espelha, irradia, e se comunica o imenso amor de Deus. O evangelho escrito por São Lucas 10, 21 a 24 nos ensina que, quando Jesus enviou os setenta e dois discípulos em missão, eles retornaram alegres contando o bom sucesso de seu desempenho missionário. Jesus exultou de alegria e disse: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste essas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim Pai, assim foi do teu agrado…” E, voltando-se para os discípulos, disse-lhes a sós: “Bem aventurados os olhos que veem o que vós estai vendo! Pois eu vos digo: muitos profetas e reis quiseram ver o que vós estais vendo e não viram e ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram”.
De maneira sublime, Jesus proclama a acolhida dos pequeninos pelo Pai. Os pequeninos são os simples, humildes, despojados e acolhedores. Os sábios e entendidos são os autossuficientes e os que, usando seus dons, ascenderam ao poder e, bem instalados em seus privilégios, não querem mudanças. Os critérios de valor, a partir da ótica do amor de Deus, são incompatíveis com os critérios do mundo de privilégios e de poder. Jesus, em amor de conhecimento e de amor com o Pai, é a fonte da revelação. Esta revelação é para todos aqueles que, no mundo, têm fome e sede de justiça, e são solidários com os pobres, pequeninos e excluídos. Deus acolhe os pequeninos, disponíveis e acolhedores do amor que une as pessoas e fortalece a vida. A estes, que são bem aventurados, o Filho revela o Pai, dando-lhes uma sabedoria que resulta da experiência do amor.
Que, contemplando Jesus, você encontre a luz e o caminho para a vida plena, para que o Natal signifique realmente um novo encontro com Jesus, que lhe traga muita PAZ!
Monsenhor José Ágius