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A Fera mais que Bela

Sobrelinhas – por Thaísa Carla Coati Barbosa

Você já leu ou já viu um folheto de cordel? Essa literatura bem popular no Nordeste tem encantado todas as regiões do nosso Brasil. Tem esse nome porque geralmente é publicada em livrinhos que costumam ser expostos pendurados em cordões. Os cordelistas, como são chamados os compositores desses livretos, têm adaptado muitos textos clássicos para esse formato. Até contos de fadas, quem diria?

A editora Cordelaria Flor da Serra publicou uma coleção de 10 livretos com esse tema, todos escritos por Stelio Torquato Lima e com capa feita com ilustração de Eduardo Azevedo. Destes vou apresentar o folheto ‘A Bela e a Fera em cordel’.


Certamente em algum momento de sua vida você já se deparou com essa história, mas o que talvez não saiba, é que ela surgiu em meados de 1740 e foi escrita por uma mulher, chamada Villeneuve. Tempos depois, foi adaptada por outra escritora, conhecida por Beaumont, dando origem à versão que conhecemos atualmente.

Confira um trecho da versão dessa história em cordel e veja se consegue adivinhar a qual momento se refere:
“O tempo então foi girando
As rodas do desengano,
Pois, pra ela, cada dia
Parecia ser um ano.
Pensando no seu pai querido,
Seu peito fora atingido
Por um pesar mui tirano.”

Se você imaginou se tratar do período em que Bela é aprisionada no castelo pela horrenda Fera, acertou! Lembra o que acontece depois disso?

Pra refrescar sua memória, segue mais um trecho:
“Quem dera casar contigo,
Porque minha alma te adora.
Tenho te tratado mal,
E o remorso me devora,
Minh’alma se dilacera
De tanto amor pela fera
Que me invade nesta hora.”

Percebe o quanto as atitudes de Bela mudaram? Na estrofe anterior ela está angustiada, mas… e agora?

E não é que a donzela descobre na criatura horrenda haver gentileza, bondade e lealdade? Bem, o final dessa história você já sabe: tem flor, paixão e feitiço quebrado e uma Fera mais que Bela… Confira lá esta versão bem brasileira!

Thaísa Carla Coati Barbosa é graduanda no curso de Letras Português da Unespar de Apucarana.

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Carla Kühlewein

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