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Um achado para os perdidos

Sobrelinhas – por Luiz Henrique Scarpim Santos

Na condição de adulto, muitas vezes é difícil para nós falarmos sobre perdas para uma criança, não!? Afinal, mesmo com tanta “sabedoria”, é natural que estejamos volta e meia assim um tanto… perdidos (quem nunca?). Se estivéssemos nos bancos das universidades, discutindo filosofia, provavelmente falaríamos sobre um tal de chronos, isso porque se trata de algo que todos nós gostaríamos de ter mais, mas cada vez temos menos: Tempo.


Ainda sobre o tal chronos, e antes que eu fique sem ele, preciso dizer que a história de Achados e Perdidos realmente merece ser lida. Escrito por Lindomar Silva e ilustrado por Cantalupo, esse livro não é de autoajuda, tampouco um manual de vida. O que o livro traz são reflexões sobre a vida cotidiana, o tempo e as mudanças, como esta apresentada já nas primeiras linhas: “O jogo da vida é assim, nem sempre a gente perde, a gente também acha. E cada um carrega os achados e perdidos pela vida afora, adentro, afundo. Sempre vida.”


O protagonista da história, que também é o narrador, conta tudo sobre sua convivência com a família, pai, mãe, avós e animal de estimação (este, curiosamente, é o único que recebe nome próprio). Para isso, usa e abusa de ditados populares, citações da Bíblia e frases que têm origem em pensadores das mais variadas áreas do conhecimento. Além disso, conversa conosco, leitores, fazendo com que nos sintamos parte da história. E que história!


Achados e Perdidos tem uma trama instigante, que nos permite dialogar com o tempo e a pensar sobre temáticas desafiadoras como: perda, aprendizado, violência e revolta. Afinal, aprender dói, certo!? Mas o que a dor pode ensinar? Dói aprender a superar as perdas? Ou que, apesar delas, a vida continua? Seja como for, o livro avisa: “O mundo não para de girar porque você perdeu alguma coisa, ou alguém especial, e está triste”.


No fim das contas, reflexões a respeito da vida podem mesmo nos incomodar, principalmente quando estamos ocupados demais… vivendo (se é que estamos fazendo isso de fato). Vale a pena dar uma chance à leitura deste livro: um verdadeiro achado para quem anda por aí… perdido.

Luiz Henrique Scarpim Santos é graduando em Letras Português pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar) de Apucarana.

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Carla Kühlewein

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