Forbes: 100 Mulheres Doutoras do Agro tem rolandense

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Daiana Alves da Silva é destaque por seus estudos sobre cultivo de feijões e pesquisas em paralelo de antigas linhagens de grão-de-bico

A engenheira agrônoma Daiana Alves da Silva, 41 anos, natural de Rolândia, está em um momento de destaque em sua vida. A profissional foi incluída na prestigiosa Lista da Forbes e está entre as 100 Mulheres Doutoras do Agro do país.


Formada em Agronomia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), a profissional é Doutora em genética, melhoramento e biotecnologia vegetal desde 2015, com pós-doutorado finalizado em 2021. Nesse tempo, seus estudos foram sobre cultivo de feijões e pesquisas em paralelo de antigas linhagens de grão-de-bico. Em julho de 2022, assumiu como gestora de pesquisa e desenvolvimento da Bio Atlantis, em Campinas (SP).


Daiana compartilhou suas emoções ao saber que estava na Lista Forbes das 100 Mulheres Doutoras do Agro: “Essa homenagem da Forbes foi uma surpresa para mim porque só fiquei sabendo recentemente quando uma amiga minha viu a lista e encaminhou. Depois disso, eu vi o pessoal compartilhando e dando parabéns, mas eu mesma não tinha nem ideia dessa homenagem. É gratificante estar nesta lista com outras doutoras que estão atuando com pesquisa em empresas”, comentou a rolandense.

Origens e evolução
Daiana tem raízes profundas em Rolândia e sua família ainda mora aqui. “Minha família mora na região do Jardim Vale Verde. Sou filha da Sandra, que atua como professora na Escola Municipal Maria do Carmo do Campos, e do Gilvan, que trabalha no setor de construção”. Sem dúvidas, o apoio da família desempenhou um papel fundamental em sua educação e carreira, permitindo que ela perseguisse seu sonho de se tornar uma cientista e pesquisadora no campo da agronomia.


A engenheira é um exemplo inspirador de dedicação à educação e pesquisa. Ela estudou na escola municipal Arthur da Costa e Silva e concluiu o ensino médio no Colégio Kennedy. Após passar no vestibular, ela se formou em agronomia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e iniciou seu envolvimento com a pesquisa desde cedo. Durante a graduação, Daiana recebeu diversas bolsas de iniciação científica e participou ativamente de congressos acadêmicos. Sua jornada acadêmica a levou além das fronteiras do Brasil, quando ela obteve uma bolsa de graduação-sanduíche (quando um dos anos da graduação é em uma universidade no exterior) e estudou na França.


“Desde o primeiro ano, já fazia estágio de iniciação científica, conquistei várias bolsas e já participava de congressos. No quarto ano, consegui uma bolsa de graduação-sanduíche para estudar um semestre na França e isso foi muito bacana porque acabou me incentivando a entrar no mestrado, que também fiz na UEL. Uma parte da pesquisa realizei na França e outra na parte do mestrado, na área de melhoramento vegetal e biotecnologia, fiz na Embrapa Soja”, compartilhou a pesquisadora rolandense.


Em 2011, ela mudou-se para Campinas (SP) para cursar o doutorado em melhoramento genético de plantas no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), fundado em 1887 pelo imperador Dom Pedro II. Seu projeto de pesquisa no doutorado concentrou-se na eficiência de uso de nutrientes em diferentes variedades de feijão. O trabalho foi tão notável que lhe rendeu prêmios e reconhecimento no campo do melhoramento genético.


“Inclusive foi o programa de melhoramento de feijão do IAC que descobriu o feijão carioca. E o meu projeto de pesquisa no Doutorado foi estudar a eficiência de uso dos nutrientes pelos diversos materiais genéticos do feijão que chamamos de genótipo. E quando eu terminei o Doutorado, fui participar do Congresso Nacional de Melhoramento Genético e ganhei um prêmio com o meu trabalho da tese”, pontuou Daiana.


No total, Daiana dedicou cinco anos a estudos de pós-doutorado, focando na compreensão dos estresses abióticos e seu impacto na produtividade do feijão, como a influência da alta temperatura, da seca e dos nutrientes na eficiência do cultivo. E além de sua sólida formação acadêmica, Daiana também possui experiência na iniciativa privada. Após concluir seus estudos, passou um ano trabalhando em uma Startup chamada Brota Company. Esta empresa inovadora se dedica ao cultivo de hortaliças em cápsulas denominadas ‘Smart Soil’, permitindo que as pessoas cultivem suas próprias plantas em casa, com a conveniência das cápsulas e iluminação LED.


Posteriormente, Daiana ingressou na BioAtlantis, uma empresa irlandesa que se destaca na produção de bioestimulantes. “Hoje em dia eu trabalho como pesquisadora na BioAtlantis, uma empresa que trabalha com bioestimulantes que são produtos naturais a base de extrato de alga utilizados na agricultura. Esses produtos são sustentáveis naturais, não agridem o meio ambiente, e protegem as culturas dos estresses abióticos, com os quais eu já trabalhava no Doutorado, e resultam em maior produtividade”, explicou a pesquisadora e doutora rolandense Daiana Alves da Silva.

Moção de Congratulações
A vereadora rolandense, Cristina Pieretti (PP), uma das primeiras pessoas a cumprimentar publicamente à Daiana Alves da Silva, protocolou uma Moção de Congratulações à pesquisadora. A Moção foi lida e aprovada pela Câmara na sessão de segunda-feira (23).


“Enviamos a Moção para ela em Campinas, mas queremos falar mais com Daiana quando ela estiver em Rolândia. Queremos gravar com ela até para incentivar outras mulheres e meninas rolandenses a estudar e a procurar outros caminhos. Daiana só estudou em escolas públicas e hoje ela é líder em uma grande empresa. Isso é muito importante para nosso município”, pontuou a parlamentar rolandense.

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