Por Maria Luiza Müller em nome da Soame
Como um vento forte inesperado chegou a notícia da morte do Padre Zé. A comoção tomou conta de Rolândia e a comunidade quase incrédula se perguntava: como ficar sem o Padre Zé? Como vamos viver sem o Padre Zé? Havia uma certeza indiscutível: vai ser muito difícil!
Ele estava sempre liderando as boas iniciativas e aderindo a ações que trariam benefícios aos cidadãos de Rolândia. Seria temerário tentar enumerar aqui todas as ações nas quais ele se engajou e deixar de fora algumas delas seria injusto com ele. Prefiro ser abrangente e citar as áreas em que ele atuou, além do seu papel fundamental de líder religioso da comunidade católica da cidade. Ele fomentou a cultura, a preservação do meio ambiente, liderou grupos de jovens, se dedicou aos problemas sociais e valorizou a educação. Minha convivência com ele foi um grande aprendizado pela sua cultura, sua experiência de vida e por suas características humanas únicas.
Quando em 2001 constatamos que as crianças da periferia brincavam no lixão a céu aberto que existia em Rolândia, ele reuniu um grupo de pessoas com o objetivo de criar a ONG SOAME para tirar as crianças daquela situação e oferecer a elas atividades no turno em que não estivessem na escola. Assim nasceu a SOCIEDADE AMBIENTAL CULTURAL E EDUCACIONAL, cujo lema é agir com amor identificando e atendendo as necessidades das crianças.
Como Presidente de Honra da ONG, ele despendia muito do seu tempo, energia e influência na comunidade a fim de captar recursos para que a SOAME tivesse uma sede permanente para atender as crianças e desenvolver as atividades. As obras estão em andamento e o Espaço receberá o nome do Monsenhor José. Tudo estava planejado antes da viagem a Malta… E agora, José?
“Eu quero me lembrar do seu rosto para que quando te encontrar no céu, eu possa te reconhecer e agradecer mais uma vez.”
Abraços das Crianças da SOAME.
