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Rolândia e os casos de violência contra a mulher

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No Agosto Lilás, mês em que a Lei Maria da Penha completou 16 anos, o JR conversou com a Procuradoria da Mulher de Rolândia

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Ativa desde outubro de 2021, a Procuradoria da Mulher de Rolândia atende as mulheres que precisam de apoio em situações de violência e realiza outros tipos de acolhimento na própria Câmara de Vereadores. O órgão tem à frente as vereadoras Cristina Pieretti (procuradora) e Janaina Beneli (vice-procuradora). Segundo a procuradora, o número de vítimas que procuram o órgão tem aumentado.


“Só na última semana atendemos a cinco mulheres: foi a semana mais relevante em questão de atendimento na Câmara de Rolândia”, ressaltou Cristina. A procuradora lembrou que, até julho, o município tinha na delegacia 212 boletins de ocorrência registrados de casos de violência contra mulher. São cerca de 35 casos por mês.

Alguns casos
“Uma vítima de violência estava gestante e contou que apanhou do marido e começou a sangrar. Orientei que ela falasse para o marido que estava passando mal e precisava ir para o Hospital São Rafael. Chegando lá o marido ficou grudado nela e a hora que a enfermeira foi passar a medicação ela falou para enfermeira que precisava falar comigo, pois eu sabia o que ela estava fazendo lá”, revela.


A vítima passou a noite internada no hospital sem o marido e, nesse período, por meia da procuradoria foi possibilitado uma transferência para outra cidade, onde havia um parente que poderia acolher a vítima e deixá-la longe desse ciclo de violência. “Esse é um dos casos que nem chegaram a ter BO ou a passar pelo Fórum. Mostra a força que a Procuradoria da Mulher tem de poder fazer aquilo que o Estado não consegue naquele momento”, afirmou Pieretti.


Outro caso citado pela procuradora foi de uma mulher que estava com dois meses de gestação, fruto de um estupro enquanto voltava da igreja. “Uma psicóloga que está acompanhando a vítima para saber quais serão os procedimentos. Já estivemos na delegacia para fazer o BO, pois a vítima não tinha feito ainda. Provavelmente na próxima semana ela vai ser encaminhada ao IML para fazer os exames. Depois, passa por um período com a psicóloga e fará uma escolha do que irá fazer com essa gravidez”, relata. A Procuradoria não escolhe ou decide nada em nome da vítima de violência, pois todas as decisões tomadas partem única e exclusivamente da pessoa atacada. “Orientamos e explicamos as opções que há e a mulher escolhe aquilo que quer fazer. Com isso, a Procuradoria ampara essa mulher em toda a decisão que decidiu tomar”, pontua Pieretti.

Ações para Agosto
Em comemoração pelos 16 anos da Lei Maria da Penha, e para reforçar o enfrentamento da violência contra as mulheres, o Congresso Nacional lançou a campanha Agosto Lilás com o tema ‘Um instrumento de luta por uma vida livre de violência’. Em Rolândia, algumas ações estão sendo planejadas para esse período e uma delas, a entrega de um material educativo voltado para adolescentes, já foi iniciada.


Na quarta-feira (10), a procuradora foi até a escola municipal Maria Teixeira e distribuiu as cartilhas educativas voltadas para adolescentes, feitas pelo Tribunal de Justiça do Paraná. A cartilha neste ano será entregue exclusivamente para as crianças de 5ª série de todas as escolas do município, públicas e particulares. “Imprimimos 1000 exemplares. Se algum empresário quiser nos ajudar a fazer mais impressões e ampliar esse público, o apoio é bem-vindo”, explica Pieretti.

Para quem e como?
O serviço da Procuradoria da Mulher é destinado às mulheres que precisam de acolhimento devido a casos de violência física, psicológica, patrimonial. Mulheres que forem vítimas de qualquer tipo de violência podem procurar a Procuradoria para orientação e encaminhamento do caso. O órgão atende na Câmara Municipal (Duque de Caxias 288), aberta de segunda a sexta, do meio-dia às 18 horas. Aquelas que precisarem de um apoio, mas não podem se deslocar, a procuradora Cristina Pieretti deixa o seu contato a disposição: (43) 9. 9931-1290.

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