Por Monsenhor José Agius
A Semana Santa compreende os oito dias entre o Domingo de Ramos até o Domingo da Páscoa, uma semana que nos recorda o mistério da nossa salvação: Paixão, Morte e Ressurreição. Como cristãos, somos convidados a respeitar estes dias participando ativamente das respectivas celebrações que se realizam em nossas igrejas e capelas com muita fé e devoção.
Nesta semana, todos nos lembramos, de modo especial, do sofrimento de Jesus, não somente da sua dor física, suas feridas, açoites, coroa de espinhos, crucifixão, mas principalmente sua dor moral e psicológica, só ao pensar que para a maior parte da humanidade, sua dor física e seu sofrimento não iria valer para nada. Basta-nos pensar que, até hoje, a maior parte da humanidade nem tomou conhecimento deste martírio de Jesus. E o pior é que muitos dos se dizem cristãos nem estão aí com os princípios morais e religiosos que Ele veio ensinar. Que tristeza ao ver tantos cristãos e cristãs que vivem como se não o fossem, desconhecendo tudo o que Jesus fez por eles e elas.
Mas, isto não é novidade de hoje… até mesmo, a primeira traição aconteceu poucas horas antes de Ele ser condenado a morrer, quando, na última Ceia, Ele apontou a uma de seus discípulos e disse: “um de vós me há de trair”. (João 13,21-36) É um relato comovente pela descrição daquele momento de intimidade de Jesus com seus apóstolos. O evangelista nos faz perceber um detalhe que não passou despercebido à sua atenta vigilância: diz que “Jesus ficou perturbado em seu espírito”, ao ter de manifestar que “um de vós me há de trair”.
Um dos doze, escolhido diretamente por Jesus Cristo, que o acompanhou durante três anos de vida pública, ouvindo sua pregação e presenciando seus milagres, recebendo mostras extraordinárias de amizade, entregou-o às mãos de seus inimigos. A queda de Judas nos há de fazer tremer a todos nós. Porque se Judas caiu, também podemos cair… nem o caráter sacerdotal e nem a vocação ao apostolado concedem o dom de impossibilidade de cair, nem mudam nossa natureza frágil e miserável, inclinada a todo mal.
Por isso, devemos estar sempre alertas e tomar todas as precauções, afastando-nos do perigo para não cair em pecado.
Monsenhor José Agius