Por Monsenhor José Agius (in memoriam)
A paz verdadeira resulta da prática da justiça, rompendo as correntes da opressão e da exploração pela vivência do amor. Para ao escribas e os fariseus, a “justiça” era estar quites com Deus, pelas estritas observâncias religiosas da Lei. Os chefes religiosos consideravam-se justos e desprezavam o povo que não tinha condições de cumprir estas observância, considerando-os pecadores.
De acordo com Mateus, 5,20-26, Jesus exorta seus discípulos à prática da justiça verdadeira, que se contrapõe à falsa justiça daqueles escribas e fariseus de Israel. Dirigindo-se a seus discípulos, Jesus adverte: “Eu vos digo: se vossa justiça não for maior do que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus”. Assim, Jesus coloca o respeito à vida como valor fundamental da verdadeira justiça. E Jesus continua: “Portanto, quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e aí te lembrares que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai, primeiro, reconciliar-te com teu irmão”.
O antigo mandamento da Lei de Moisés, “não matarás”, só se aplicava entre os membros do povo eleito. Contudo, os povos vizinhos, considerados inimigos, eram exterminados, em nome de Deus, para ocupação de suas terras. A rejeição de alguém já é um desrespeito à vida. E deve-se buscar a reconciliação com aquele que é visto como adversário ou inimigo. “Não matarás” significa: não atentarás contra a vida de qualquer forma, pela violência ou pela injustiça.
Que nesta Quaresma, tempo de conversão e de Campanha de Fraternidade, saibamos colocar em prática, a partir de nossas famílias, o respeito pela vida uns dos outros.
Monsenhor José Agius
(in memoriam)